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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A NOTA DE 4,6 PARA EDUCAÇÃO ESTADUAL É A AUSÊNCIA DE POLÍTICA EDUCACIONAL NA SEED (Parte III)

Entender a avaliação dos professores em relação a política educacional do Governo do Estado, passa em avaliamos a situação que se encontram as escolas estaduais e os professores e professoras que nelas trabalham. Diariamente, professores e professoras vivenciam banheiros sujos e quebrados, carteiras quebradas, salas de aulas sujas, matagal nas escolas, falta de iluminação, falta de água, falta de merenda escolar, telhado cheio de goteira, quadra de esportes inexistentes ou inadequadas etc. Esses educadores vivenciam, também, a falta de material de apoio para ministrarem suas aulas. Mas ouvem, o tempo todo, que a Secretaria de Educação não tem dinheiro para lhes garantir essas condições mínima de trabalho.
Vale ressaltar que a realidade financeira da SEED é considerável e merece nossa atenção. A Secretaria de Educação do Estado tem uma receita mensal média de R$ 55 milhões de reais, segundo relatório de execução orçamentária divulgado bimensalmente pela Secretaria da Fazenda. Pelo relatório, a folha de pagamento, de todos os servidores da educação, gira numa média mensal de R$ 30 milhões de reais. Isso significa que o Secretário de Educação tem em mãos, todos os meses, em torno de R$ 25 milhões de reais para gastá-lo na manutenção da Secretaria e na manutenção das escolas.
O problema disso tudo é que nas escolas esses recursos não chegam. A única fonte de receita que as escolas recebem da SEED são os recursos do PROFIN que não garante nem a compra de material básico como papel, pincel, material de limpeza para mantê-la durante todo ano. Como a prioridade é garantir o mínimo de condições de trabalho aos professores, as escolas priorizam comprar material de uso pedagógico pelos docentes do que fazem os pequenos reparos nas unidades de ensino. O resultado disso é um processo, sem volta, de destruição do prédio que tem um uso intenso e não tem manutenção para pequenos reparos.
O mais grave disso tudo é que as escolas da rede estadual não recebem recursos do suprimento de fundos rotineiramente. Apenas os diretores que tem uma amizade maior e influência política próxima das pessoas que liberam esses recursos recebem, ou na época do desfile de 7 de Setembro para as poucas escolas, que desfilam no dia da Independência, comprarem roupas para os alunos que vão desfilar. Isso acaba garantindo situações diferenciadas na rede, pois as unidades de ensino que recebem esse recurso adicional podem realizar algumas pequenas reforma de manutenção. Já a maioria não tem esse privilégio.
Nas escolas onde acontece reformas depois de 3 a 4 anos necessitam de reforma novamente, pois não há política de manutenção organizada. Diante dessa realidade os professores vivenciam, permanentemente, a realidade de escolas mal conservadas e impróprias para funcionar. Apesar do discurso oficial de que o Governo está reformando escolas, a realidade vivenciada pelos educadores é bem diferente. As reformas, quando acontece, é em passos de tartaruga. Mas a situação predominante é de abandono.
Viver nessa realidade o tempo todo é revoltante. Os professores sabem que é possível melhorara as condições físicas de nossas escolas e garantir melhores condições de trabalho, mas vivem realidades muito diferentes da ideal para puderem desenvolver seu trabalho com decência. A nota de 4,6, também é reflexo dessa situação.

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