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quinta-feira, 1 de abril de 2010

CONFLITO DA CHECHÊNIA E OS ATAQUES A e DA RÚSSIA

O conflito da Chechênia dura 16 anos. A guerra começou a partir do ano de 1994 quando o general da Força Aérea Dzhokhar Dudayev venceu as eleições presidenciais na Chechênia e declarou a independência da região. Entretanto, em 11 de dezembro de 1994, o então presidente russo, Boris Ieltsin, ordenou o ingresso da forças armadas pelo fato de não reconhecer a independência. A partir daí os conflitos iniciaram resultando num processo de destruição da economia da Chechênia e milhares de mortos.

Como contra-ataque as agressões russas, os chechenos começaram a promover diversos ataques de guerrilha: Atentados a escolas, ataques suicidas a teatro, explosões de aviões e o mais recente ataque ao metrô nessa segunda, dia 29 de março que vitimou 39 pessoas.

A Chechênia fica em uma região montanhosa no Cáucaso e é habitada principalmente por muçulmanos. Foi incorporada à Rússia na época dos czares no século XVIII. Com o fim da União Soviética em 1991, os chechenos aproveitaram para declarar a independência. Depois de uma trégua e a assinatura de um acordo que estendia a definição do status do lugar até 2001, os chechenos invadem o Daguestão em 1999, tentando aumentar seu domínio. Os russos invadem a Chechênia novamente, tomando 80% do território. De lá para cá continuam os conflitos e os ataques terroristas em território russo.

O Governo russo tem adotado uma política militarista de massacrem aos chechenos. Mais de um terço da população local, ou seja, cerca de 200 mil pessoas, tiveram de fugir dos combates para procurar refúgio na Inguchétia. Segundo as organizações humanitárias internacionais (mantidas afastadas do front pelas autoridades), centenas de civis teriam sidos mortos por bombardeios do exército federal russo. Um exército que, em certas cidades, também se dedicou a pilhagens, estupros e crimes de guerra. A Chechênia assiste com horror à destruição sistemática de sua infra-estrutura.

Para a Rússia, combater os chechenos é fundamental; primeiro, porque caso os separatistas vençam, a própria existência da Rússia enquanto país está ameaçada, pois há vários povos dominados pelos russos na mesma situação – seria um efeito dominó; cada povo poderia exigir a independência, levando a Rússia à fragmentação. Outro fato é que a Chechênia é uma área estratégica, rica em rede hidrográficas (a água no século XXI será motivo de muitas guerras), em vias de comunicação e transporte (por ali passam oleodutos que escoam o petróleo da bacia do mar Cáspio) e possui importante jazidas de gás natural e petróleo.

Como podemos perceber o conflito da Chechênia é difícil de resolução, uma vez que existe interesses russos em manter a unidade do território, bem como da importância estratégica da região.

A primeira guerra da Rússia na Chechênia, em meados da década de 1990, foi um desastre. Milhares de recrutas russos com pouco treinamento foram mortos enquanto tentavam retomar a república, à força, de lideranças muçulmanas. Após dois anos, o governo russo foi forçado a negociar um cessar-fogo.

Em 1999, o então primeiro-ministro russo Vladimir Putin lançou uma segunda grande ofensiva. Nas batalhas subsequentes, a capital da Chechênia, Grozny, foi reduzida a escombros. Mais de um terço da população abandonou a cidade. Em 2002, a ONU declarou Grozny "a cidade mais destruída do planeta".

Mas ao mesmo tempo, a estratégia do Kremlin mudou. A chave foi conseguir que vários poderosos chefes de clãs chechenos passassem a colaborar com Moscou. O mais importante deles foi Akhmad Kadyrov, um ex-líder religioso da república chechena. Em 2003, Kadyrov tornou-se presidente da Chechênia. Sua estratégia foi dividir o movimento rebelde. Os que podiam ser persuadidos - ou comprados - receberam ofertas de anistia e um emprego nas forças de segurança. Os que não cederam foram caçados e mortos. Um ano mais tarde, Akhmad Kadyrov foi morto em um atentado a bomba no estádio de futebol de Grozny

Mas se Moscou e seus aliados conseguiram pacificar a Chechênia, seus problemas estão longe de estar resolvidos. O próprio Kadyrov admitiu que o desemprego na Chechênia continua acima de 50%. Isso significa que existe dezenas de milhares de jovens sem uma fonte de renda e sem o que fazer. E a guerra não terminou, ela mudou para outro lugar, a república do Daguestão, no leste, onde 21 pessoas foram mortas recentemente em uma batalha entre tropas russas e rebeldes. E para a Inguchétia, no oeste, onde uma violenta insurreição está ganhando força.

2 comentários:

  1. Deu em Bosta a investida do checheno na maratona americana, agora vai comer o pão que o Americano pisou. A revolta deste povo reflete a perseguição intolerante de Russos e Americanos sobre um povo que a todo custo tenta se tornar o foco das atenções. É Paz ou Guerra. Cada um decide qdo não se tem um lider que represente a maior demanda de um povo.

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