Pesquisar este blog

domingo, 11 de abril de 2010

LOJAS MARISA E TRABALHO ESCRAVO, TUDO HAVER!

As lojas Marisa, maior loja de departamentos de artigos femininos do Brasil, está sendo denunciada e multada pela Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo-SRTE-SP por prática de Trabalho Escravo. No dia 18 de fevereiro deste ano, os Fiscais da SRTE-SP chegaram a uma das oficinas de confecções da Marisa, com o nome de Indústria de Comércio de Roupas CSV Ltda, de propriedade do boliviano Valboa Febrero Gusmán. Na fiscalização encontrou-se 16 pessoas, de nacionalidade boliviana, e um peruano trabalhando em condições de escravidão.

Foram apreendidos cadernos com cobranças ilegais de passagens da Bolívia para o Brasil como “taxas” não permitidas pela legislação brasileira e despesas inexplicáveis. Há indícios fortes de tráfico de pessoas para trabalharem no Brasil como escravas, pois a maioria delas não tinha passaporte nem visto temporário de permanência no Brasil concedido pela Polícia Federal. Na oficina, foram encontrados etiquetas da Marisa que são colocadas nas roupas para serem vendidas, nas lojas espalhadas por todo país. Os fiscais encontraram, também, trabalhadores que operavam as máquinas sem carteira assinada e sem as garantias dos direitos trabalhistas garantidos na CLT.

O que chama atenção é que as Lojas Marisa já foi atuada 43 vezes em função de infrações trabalhistas contra os trabalhadores, com uma dívida aos cofres públicos de R$ 633,6 mil reais. O sentimento de impunidade é tamanha que os trabalhadores dormiam no local de trabalho amontoado num local onde é a cozinha com instalações elétricas irregulares em condições insalubres e sujeitos a incêndio a qualquer momento.

Para completar o quadro do crime a Marisa, através dos seus atravessadores, paga aos trabalhadores salários de R$ 202,00 a R$ 247,00, mesmo da metade do salário mínimo e muito menos que o piso da categoria que de R$ 766,00. Paga, também, por uma blusa produzida pelos trabalhadores apenas R$ 2,00, quando a mesma peça é vendida nas Lojas por R$ 49,99. Essa denúncia foi publicada no Jornal Brasil de Fato edição n° 369 de 25 a 31 de março de 2010.

Esse sentimento de impunidade é reflexo da política econômica adotada no Brasil de financeirização e de controle da economia por grandes empresas que controlam o mercado e ditam suas próprias regras, desrespeitando a legislação existente. Para a Marisa, manter o trabalho escravo e pagando pequenas multas por isso é melhor do que respeitar a legislação, pois lucra muito mais escravizando as pessoas. São essas mesmas empresas que defendem a “flexibilização” do trabalho, ou seja, a retirada de direitos dos trabalhadores para lucrarem ainda mais. As lojas Marisa já sair na frente.

O Estado brasileiro deveria banir empresas como essas da economia nacional e assumir o controle de tais empreendimentos para passar ao controle dos trabalhadores. O mesmo deve ocorre com as propriedades rurais que praticam o trabalho escravo que deve ser desapropriada para feito de reforma agrária, com prioridades para os trabalhadores que foram escravizados. O caminho está dado, basta vontade política e pressão popular para que proposições, como essas, sejam colocadas em prática.

2 comentários:

  1. É isso ai cara!!!
    Escravidão tremenda...
    Trabalho na loja do centro de Maceio -Alagoas.
    gostei do seu blog.
    Parabéns...
    aldeircpm@hotmail.com

    ResponderExcluir
  2. eu tambem estou entrando com processo contra a loja que trabalho 697 em joinville SC.... as chefes me chamaram de "fruta podre" em mural pq não tinha atingido minha meta. fora q qndo entrei uma das chefes de seção apertava meu braço......... tem muito mais coisas q passei lá e por isso vou buscar meus direitos.... gostei do seu blog.....
    bruna-battisti@hotmail.com

    ResponderExcluir