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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Colonização de povoamento, desenvolvimento e extermínio dos povos nativos


Os colonizadores europeus não invadiram os continentes: americano, africano, asiático e Oceania de uma única forma. Os modelos coloniais que foram colocados em prática mais conhecidos foram o de povoamento e o de exploração. Tanto um quanto outro modelo colonizador influencia, atualmente, na situação econômica e social dos países. Entretanto, podemos afirmar que as regiões onde predominaram as colônias de povoamento são hoje as mais desenvolvidas economicamente e socialmente, e as que foram colônias de exploração são hoje as menos desenvolvidas.

As colônias de povoamento ocorreram no século XV ao século XVIII nos Estados Unidos e Canadá e na Austrália e Nova Zelândia nos séculos XVIII e XIX. Nessas localidades as pessoas vinham da Europa com a ideia de se fixar residência e prosperar, começando uma vida nova. A colonização dos Estados Unidos e Canadá foi realizada por refugiados europeus das perseguições religiosas, fruto do que se denominou contra-reforma da igreja católica para combater o crescimento do protestantismo. Assim, esses peregrinos queriam construir uma nova vida que reproduzisse a forma de vida que se tinha na Europa, era, portanto, um povoamento permanente.

Nesse sentido, nas colônias de povoamento ocorria acumulação financeira através do trabalho nas terras indígenas invadidas e na riqueza produzida para ser reinvestida na colônia de modo a satisfazer as necessidades da localidade. A produção era organizada em pequenas propriedades com o cultivo da policultura (vários produtos), utilizando o trabalho familiar, assalariado e livre. Esse modelo de produção possibilitou o surgimento do comércio interno que resultou no desenvolvimento econômico desses países.

Já as colônias de exploração que aconteceram na América Latina, África, Ásia e Oceania e surgiram, também, nesse período. Elas ocorriam de forma espontânea conforme as riquezas que interessava os colonizadores garantia algum ganho econômico. As pessoas vinham da Europa com a ideia de explorar uma atividade econômica. Quando essa atividade terminasse elas mudavam para outras regiões. Era um povoamento temporário. Assim, nas colônias de exploração a acumulação de riquezas estava vinculada a ideia de enriquecimento rápido na colônia para gastar na Europa, satisfazendo os interesses dos países europeus. A produção era realizada em grandes propriedades de terra, cultivando um único produto (monocultura), utilizando trabalho escravo. Assim, os colonizadores dependiam das trocas comerciais nos países europeus, pelo fato que era proibido o comércio da colônia, dificultando o desenvolvimento.

Essas diferenças entre as colônias de exploração e de povoamento não são os únicos fatores responsáveis pelo desenvolvimento ou subdesenvolvimento dos países nos dias atuais, mas influenciaram decisivamente. Estados Unidos e Canadá são hoje países desenvolvidos porque desde o início da colonização europeia começou-se a criar as condições necessárias para que isso ocorresse. Situação muito parecida com a colonização da Austrália e Nova Zelândia que, também, foram de povoamento.

Na Austrália e Nova Zelândia, a colonização somente aconteceu nos séculos XVIII e XIX, resultado da independência dos Estados Unidos e Canadá. Inicialmente, a Austrália serviu para que o governo inglês pudessem esvaziar as cadeias superlotadas da Inglaterra. Com a independência dos Estados Unidos e Canadá, a Inglaterra teve que parar de mandar condenados ou presos para essas nações. Desta forma, passou a mandá-los para a nova terra conquistada na Oceania. Durante o período como colônia penal, mais de 168 mil prisioneiros foram transportados para a Austrália. Os prisioneiros, muitos condenados por pequenos crimes, tinham suas penas transformadas em prisão perpétua, uma vez que o retorno para Inglaterra era praticamente impossível. Os prisioneiros que pagavam suas penas eram libertados e recebiam terra para plantio, dando início à expansão do continente.

Já a Nova Zelândia a colonização aconteceu bem mais tarde que na Austrália e foi bem diferente. A Nova Zelândia não despertava muito interesse da Coroa Britânica, pelo fato de ser muito remota fora de rotas marítimas. Entretanto, a chegada dos franceses na Nova Zelândia, trocando mercadorias com os Maoris e missionários religiosos tentando convertê-los ao Cristianismo, despertou os interesses dos ingleses. A partir daí os ingleses passaram a governar o país e incentivar a migração, principalmente de famílias que sofriam com o crescente desemprego devido à superprodução industrial que gerou uma das primeiras crises do capitalismo na Europa.

O modelo de colonização da Austrália e Nova Zelândia transformaram como os únicos países da Oceania industrializados e Estados Unidos e Canadá com únicos países desenvolvidos da América. Isso foi possível pelo fato das riquezas produzidas serem utilizadas para estimular o desenvolvimento da economia local.

Entretanto, a colonização dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia resultaram num processo de massacre dos povos nativos pelos colonizadores europeus. Os indígenas nos Estados Unidos e Canadá, os aborígenes na Austrália e os Maoris na Nova Zelândia foram exterminados para que os colonizadores europeus pudessem ocupar as terras “conquistadas”. Ainda, nos dias atuais, os poucos descendentes que conseguiram sobreviver são marginalizados na sociedade. Esses habitantes nativos foram obrigados a adaptarem a cultura e religião europeia, negando seus costumes e suas religiões.

A Austrália apresenta, atualmente, atividades econômicas muito diversificadas: o setor primário concentra-se na produção de alimentos, vinho, tabaco, e na exploração mineral; o secundário é caracterizado pelas indústrias de máquinas e equipamentos, química, metalúrgica, siderúrgica e petroquímica, entre outras; e o terciário vem se consolidando pela prestação de serviços altamente qualificados e pelo grande desenvolvimento no setor de tecnologia de ponta. As exportações australianas também incluem gêneros alimentícios, como carne e trigo, além de lã e minérios, como bauxita, chumbo, níquel, manganês, e ainda ouro e prata.

Já a Nova Zelândia apresenta um setor industrial diversificado, as atividades primárias destacam-se a agricultura (trigo, cevada, aveia, batata, milho, frutas, verduras) e a pecuária. O rebanho ovino, criado com as mais modernas técnicas, fornece os principais bens de exportação da Nova Zelândia: carne, lã, laticínios e o crescimento da prestação de serviços explicam por que a população descendente dos europeus desfruta de um dos mais elevados padrões em qualidade de vida.

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