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domingo, 11 de dezembro de 2011

Cresce em Sergipe o número de adolescentes na miséria


Matéria publicada no Jornal da Cidade do dia 01 de Dezembro de 2011 aponta que Sergipe possui uma população de quase 250 mil adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos. Mais 30% desse contingente de sergipanos vivem em famílias extremamente pobres, com renda de até ¼ de salário mínimo.

Em cinco anos, esse percentual teve um crescimento de mais de 60%, pois no ano de 2004 eram 18,1% dos adolescentes que vivam em condições de miséria. Em 2009 já eram 30,2%. Esse é apenas um dos pontos preocupantes apontados no relatório “Situação da Adolescência Brasileira 2011 – O direito de ser adolescente: Oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades”, divulgado ontem (30/11/2011) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O relatório analisa a situação de meninas e meninos de 12 a 17 anos a partir da evolução de 10 indicadores entre 2004 e 2009 e também traz uma análise das políticas públicas desenvolvidas no Brasil e propõe ainda um conjunto de ações a serem tomadas para garantir a realização dos direitos de todos e de cada adolescente. O documento mostrou também que os adolescentes continuam expostos, em um nível preocupante, à violência. Os homicídios ainda são a principal causa de morte nessa faixa etária. Em Sergipe, em 2004, a taxa de homicídios entre adolescentes era de 11,8 por 100 mil habitantes. Mas houve um aumento gradativo e em 2009 alcançou 16,1 homicídios por 100 mil habitantes.

De acordo com o relatório, o percentual de adolescentes entre 12 e 17 anos que não estudam ou não trabalham em Sergipe foi de 6,3%, maior que o do Brasil (5,4%) e o da região Nordeste (6,1%). O estudo do Unicef mostrou que houve uma redução no percentual dos adolescentes que só trabalham. De acordo com o estudo divulgado ontem, 3,1% estão nessas condições. Em 2004 eram 5,7% dos adolescentes nessa faixa etária que só trabalhavam. O índice de adolescentes de Sergipe nessa condição é maior que o da região Nordeste (3,5%) e do Brasil (3,4%).

Segundo o relatório Situação da Adolescência Brasileira, 3,1% dos adolescentes sergipanos já tiveram filhos, índice superior ao percentual brasileiro, que foi de 2,8%, e também da média a região Nordeste (3,0%). Além de terem filhos numa idade precoce, muitas adolescentes não realizam um pré-natal adequado. O percentual dos que tiveram pelo menos sete consultas pré-natais em Sergipe foi de 35,5%. A média nacional foi de 43,5%.

O percentual de adolescentes de 16 e 17 anos com ensino fundamental concluído em Sergipe aumentou. Em 2004 era 28,9% e em 2009 alcançou 35,9%. Mas ainda assim está abaixo do percentual alcançado no geral no Brasil, que ficou em 51,1%. Já na faixa etária dos 15 a 17 anos 36,5% frequentaram o ensino médio, um crescimento de quase sete pontos percentuais em cinco anos, mas ainda distante do percentual do país, que foi 50,9%. Em Sergipe, a taxa de abandono no ensino médio ainda é elevada: 16,2%. Um dado preocupante mostrado no relatório é que aqui no Estado 2,4% dos adolescentes na faixa etária dos 12 a 17 anos não são alfabetizados.

Segundo a jornalista do Unicef, Andréa Neri, os resultados do relatório chamam a atenção para o fato de que o país precisa dar mais atenção aos adolescentes e em especial aos que estão em maior situação de vulnerabilidade, como as mães adolescentes, os adolescentes chefes de família e meninos em situação de rua. Ela disse que o documento busca desconstruir o preconceito que existe para com os adolescentes, pois eles se constituem em uma parcela importante da população que tem capacidade de ajudar a repensar as políticas públicas para o país.

Andréa Neri disse que é preciso enfrentar algumas vulnerabilidades, para que possa fazer valer os direitos dos adolescentes, entre elas a pobreza, a exploração sexual, a exploração do trabalho, os homicídios e o abuso das drogas, entre outros. E, segundo ela, dentro desse grupo há ainda um conjunto de adolescentes que têm ainda mais os direitos violados, como os negros, indígenas, que vivem no semiárido.

Fonte: JornaldaCidade.Net

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