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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Natal com Papai Noel do consumo e a cada dia sem religião
Ano após anos fica mais difícil associar o Natal ao nascimento de Cristo. A maior festa da Cristandade está sendo substituída pelos palácios do consumo que afasta o Natal como momento de paz e de fé cristã. O Natal, atualmente, se confunde com presentes e vendas de geladeiras, televisão, brinquedos e máquinas de lavar. Natal como momento de renascimento de Cristo fica distante do dia-a-dia das pessoas. Assim, o que deveria ser uma festa de reencontros e solidariedade entre as pessoas passa a serem momentos em que as empresas usam para vender e utilizam a imagem de Papai Noel para transformar o Natal no ápice do consumo e não mais religioso.
A imagem de Papai Noel remota a um monge, de família rica, que viveu na Turquia no século IV e ajudava as pessoas pobres. As imagens do velhinho gorducho e barba branca começaram a ser projetava a partir de 1881, quando um desenhista Thomas Nast publicou na revista estadunidense um desenho do Papai Noel. Mas tarde a Coca-cola faz um comercial com um senhor vestido de Papai Noel com roupa vermelha. As campanhas do refrigerante ajudarão a consolidar a imagem que temos hoje como principal personagem de Natal. A partir daí o velhinho de Natal, criado pelo capital, para estimular o consumo, vai substituindo a imagem de Jesus Cristo.
O dia 25 de Dezembro é um feriado anual celebrado por milhões de pessoas que comemoram o nascimento de Jesus. Muitas pessoas consideram este o mais sagrado dos feriados religiosos. Cristo foi profetizado desde o antigo testamento por Isaias que pregava: “Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel” (Isaías 7.14 ). “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso” (Isaías 9.6-7). O que o profeta Isaías pregava não levou em consideração a difícil concorrência que a religião teria com o capital em tempos futuros, ou seja, a fé versus o lucro.
O nascimento e a trajetória de vida de Jesus Cristo apontam caminhos que todos os humanos devem seguir para terem vida plena. Cristo nos ensina que todos devem viver perseguindo os princípios de igualdade, paz, solidariedade, dignidade e amor ao próximo. Esses ensinamentos vão sendo secundarizados quando o consumo vai substituindo os princípios de vida que todos os seres humanos devem persistir.
De fato, não encontramos nenhuma ordem de Jesus para que os seus discípulos comemorassem seu nascimento e sim sua morte e que isto deveria ser semanalmente: “Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim”. Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha” (1 Coríntios 11.23-26). Mesmo sem a orientação de Jesus, muitos historiadores afirmam que as primeiras celebrações de Natal iniciaram em Roma antiga no ano de 336 d.C. A igreja católica na Idade Média institucionaliza o dia como data importante para comemorar o nascimento de Cristo e o renascimento de todos os cristãos em Cristo, ou seja, nos princípios de vida ensinados por ele.
Na medida que Papai Noel vem substituindo Cristo nos tempos de Natal, o simbolismo da data passa a receber uma nova construção para estimular o consumo a começar pelas crianças. Elas são as mais atacadas com a imagem do Papai Noel que entra em suas casas pela lareira e deixa o presente embaixo da árvore de natal ou mesmo da cama. Mesmo em clima tropical (quente) com o nosso, a imagem da lareira é mantida pelo capital, reforçando a mentira que está por trás desse personagem criado pelo capitalismo. A ideia é criar uma geração de consumistas.
Assim Papai Noel como ícone de mentira cria-se no imaginário das crianças, através dos meios de comunicações, a ideia de que todos terão presentes no dia de Natal. Entretanto, os princípios ensinados por Cristo de igualdade, paz, solidariedade, dignidade e amor ao próximo ficam cada vez mais esquecidos pelas pessoas, o que importa é receber ou dar presentes.
Muitos pais e mães sem terem condições financeiras para comprar os presentes de Papai Noel submetem-se aos financiamentos a juros escandalosos, pois o que é ensinado na televisão é que todos precisam ganhar presentes. Nessa perspectiva, Papai Noel não tem nada de religioso, pois não é o Cristo da Manjedoura que o envia, mas sim o capital para nos convencer que precisamos consumir. A figura do “bom velhinho” estimula bons negócios, é admirado, leva presentes, mensagens, sorrisos.
Quando Nietszche disse que Deus estava morto, houve forte reação de todos os setores das religiões. Talvez esses setores não imaginasse como o “Deus consumo” pudesse substituir a religião. Para Nietszche, as religiões perdiam seus elos com a totalidade dos homens. Essa totalidade está, aos poucos, sendo preenchida pelo consumismo. O Natal é mais um momento para lucrar alto, utilizando a imagem de Papai Noel para substituir os momentos de orações e de renascimento em Cristo.
Quando Cristo entrou no templo e expulsou dali todos os que nele vendiam e compravam mostrou bem o que ele entendia de consumo. Derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos vendedores de pombas, dizendo-lhes: “A minha casa há-de chamar-se casa de oração, mas vós fazeis dela um covil de ladrões”. (Marcos 11,15-19). Essa afirmação de Cristo serve bem para entendermos o simbolismo de Papai Noel e quem dele se utiliza para lucrar utilizando uma das datas mais importante da cristandade.
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Passei apenas para desejar: FELIZ NATAL PARA VOCÊ, FAMILIARES E SEUS LEITORES.
ResponderExcluirValeu companheiro Antonio Carlos, o Natal deve sim continuar sendo um momento de renascimento. Feliz natal e ano novo de paz para você e os seus.
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