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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

SER DE ESQUERDA OU SER DE DIREITA, COMO DIFERENCIAR?

As diversas contradições da esquerda atualmente, ajudam a direita a tentar camuflar-se no discurso de que todos são iguais e portanto, não há diferenças entre um grupo e outro. O contexto mundial é bastante favorável a essa teoria que tem possibilitado o avanço da direita, vencendo eleições, na Europa e recentemente no Chile. Alguns chegam a audácia de afirmar que não existe espaço mais para o pensamento de esquerda.

Depois de duzentos e dezenove anos o termo está mais vivo do que nunca e é importante para entendermos o cenário político atual. A origem do termo esquerda e direita nasceu para designar os lados onde se sentavam os membros da Assembléia de 1791 na França durante a Revolução Francesa. Os da esquerda queriam a afirmação e o aprofundamento dos princípios dos direitos do homem e à legítima luta contra a opressão. Os da direita, aliados da burguesia, queriam suprimir os direitos do povo ou dar um jeito de contorná-los. Assim, surge o termo que orientará todo debate político do mundo nesses mais de duzentos anos.

Nem sempre é fácil perceber os disfarces que tentam passar por esquerda, com discursos inflamados, mais as ações de direita. Outro elemento que confundem as pessoas são as ações dos governos de esquerda, mas com políticas de direita. Todos esses espectros garantem que tenhamos pessoas de direita falando que é de esquerda o tempo todo.

Vale registrar que, hoje, ninguém quer ser rotulado que é de direita. Quem é de direita costumam-se dizer que a distinção não se aplica para os dias atuais. Mais quem foi de esquerda tenta, de todas as formas, esconder o passado e confundir a opinião pública que, de fato, não há diferença entre os grupos.

O olhar de quem é realmente de esquerda não compactua com a exploração do homem pelo homem, nas suas imensas variações. Não aceita que as pessoas sejam manipuladas e a elas sejam negados os seus direitos. Não concorda com a disseminação da ignorância e com o impedimento do acesso às informações políticas e científico-culturais. Não pode concordar com direitos e tratamentos desiguais, independentemente do sexo, da idade, da orientação sexual, das características raciais e das posições ocupadas no tecido social por qualquer pessoa. Acredita que as ordens socioculturais e políticas não são naturais e que podem ser modificadas, no interesse coletivo.

Ser de esquerda foi confundido com viver fora da realidade, não ter juízo e acreditar no impossível. Entretanto, os movimentos de esquerda tem resistido ao discurso burguês e buscado encontrar caminhos para combater o capitalismo. Um desses caminhos é Fórum Social Mundial, onde a esquerda de todo mundo se encontram para discutirem alternativas possíveis para construção do socialismo.

Entretanto, os inúmeros problemas que passa a esquerda no mundo ajudam a direita a se postar como solução para os problemas que afligem a sociedade, apesar de ser os governos de direitas os verdadeiros responsáveis por esses problemas. Assim, os discursos dos movimentos de esquerda de uma sociedade de iguais são combatidos pela mídia burguesa que busca confundir e criar o sentimento, nas pessoas de que essa sociedade é impossível, aprofundando-se, ainda mais, o individualismo e o consumismo.

Ser de direita é bem mais fácil. Significa estar de acordo, mesmo que a razão indique que não se está dizendo a verdade ou que a causa defendida pode dar prejuízos até mesmo a quem a defende. Existem os que são de direita por estar defendendo seus interesses, ou os interesses dos poderosos que os apóiam, pois desejarem ainda mais poder. Infelizmente, há os que defendem idéias de direita contra si próprio. Advogam crenças que os penalizam. Deixam de usar da razão e mentem para si mesmo.

Ser de esquerda é nadar contra a maré, é buscar através do discurso e da ação construir uma sociedade socialista, onde os homens sejam tratados como iguais. Os militantes de esquerda doam suas vidas pela conquista de mundo melhor para todos e todas. Eles estão sempre insatisfeitos com a desigualdade, a opressão, e a exploração entre os homens.

O militante de esquerda não se contenta em observar um mundo com tantas riquezas e com tanta produção de alimentos e ver milhões de pessoas morrerem de fome e doenças fruto da exclusão social produzida pelo modelo capitalista. Ser de esquerda é ser contra esse modelo de sociedade e lutar, até a morte, contra ele.

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