Pesquisar este blog

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CARNAVAL E A PRIVATIZAÇÃO DA FOLIA

O processo da globalização gerou no mundo a sensação de universalização cultural, ou seja, a formação de uma cultura universal onde todos pensariam e agiriam da mesma forma. Essa, suposta, padronização cultural, fez muita gente acreditar em uma cultura única. Mais a realidade que vivemos é de intenso processo global e domínio da economia do mundo por essas grandes corporações empresariais que controlam e define comportamento das pessoas. Vale lembrar que esse processo é resultado do avanço tecnológico que possibilitou a mundializada do comportamento consumista entre os seres humanos.

Para entendermos esse processo vamos lembrar que a globalização é resultado da modernização dos meios de transportes e dos meios de comunicações como instrumentos para promoverem a atuação das empresas multinacionais pelo mundo. Essas empresas, a partir de avaliações das possibilidades de lucros, ou não, investem em todo mundo, garantindo lucratividade estratosférica.

O desenvolvimento dos meios de transporte e dos meios de comunicações possibilitou a atuação mundializada dessas empresas. Assim, o processo de exploração das riquezas de todos os países, ao mesmo tempo, tornou-se possível. Esse método de exploração tornou-se, também, possível a destruição do meio ambiente de forma planetária.

No início da década de 1990, acreditávamos que a cultura, também seria mundializada, ou seja, teríamos uma cultura única em todo mundo, onde todos pensariam agiriam da mesma forma. Entretanto, a forma que se deu esse processo de mundializada das empresas multinacionais gerou sim uma cultura única. As pessoas passaram a ser, cada vez mais, alienadas, individualistas e consumistas. Esse comportamento, típico do modelo capitalista, transformou o mundo em grande mercado, onde tudo se vende em nome do lucro.

Entretanto, era preciso preservar o que os capitalistas chamam de “nichos culturais”. A preservação de fragmentos da cultural local como forma de garantir o turismo e, portanto, permitir a garantia, via cultural local, de fontes de lucros para esses grupos empresariais. Desta forma, a cultural local, que foi “preservada” é, também, privatizada. Um exemplo deste nicho cultural é o carnaval. O que falar dos blocos de Salvador, onde uma festa popular se transforma em festa privada.

Cometa-se em blocos que para se divertir, um dia, a pessoa precisa desembolsar R$ 1.000,00. Quanto a população que, no passado, construir essa festa, a partir de suas crendices, lendas, superstições é excluída na famosa “pipoca” para dividir espaço como a policiais e seus porretes. Como temos um país onde grande maioria da população não recebe, por um mês de trabalho, essa quantia ou divide os espaços com a polícia ou fica em casa assistindo, pela TV os blocos passarem.

Vale registrar que a cultura local precisa ser preservada, mas para que a população mantenha suas identidades com o lugar onde vive. Entretanto, esse processo, que chamamos de globalização, gerou pessoas mais egoístas e alienadas e um processo de destruição cultural nunca visto, pois a cultura local, para as pessoas, perde a magia, as crendices, as lendas e as superstições, uma vez que tudo é privatizado em nome do lucro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário