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segunda-feira, 19 de março de 2012

Campanha da Fraternidade 2012 discute a qualidade social da saúde no Brasil


No ano 2012 a campanha da fraternidade tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública” e lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf.Eclo 38,8). O objetivo geral da Campanha da Fraternidade é “Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (p. 12 do Texto-Base).

No lançamento da 49ª edição da campanha fraternidade a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou que pretende sensibilizar os fiéis sobre a situação das pessoas que enfrentam longas filas de atendimento e falta de vagas em hospitais públicos do país. Para o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, não é exagero dizer que a saúde pública no país não vai bem. De acordo com ele, é preocupante a decisão do governo de cortar cerca de R$ 5 bilhões da área de saúde. “Os problemas verificados na área da saúde são reflexos do contexto mais amplo de nossa economia de mercado, que não tem, muitas vezes, como horizonte, os valores ético-morais e sociais”.

No texto-base da campanha, a CNBB expõe as grandes preocupações da Igreja com relação à saúde pública, como a humanização do atendimento aos pacientes e o financiamento da saúde pública, classificado pela confederação, como “problemático e insuficiente”. A entidade critica ainda a escassez de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto da campanha compara os gastos da saúde no Brasil com o de alguns países em que 70% do que é despendido na área vêm do governo e 30%, do contribuinte. Já no Brasil, em 2009, o governo foi o responsável por 47% (R$ 127 bilhões) dos recursos aplicados na saúde, enquanto as famílias gastaram 53% (R$ 143 bilhões).

Em Sergipe, não vemos, efetivamente, nenhuma ação concreta do Governo do Estado e prefeituras no sentido de melhorar a situação caótica da saúde. Continuam as filas e denúncias dos usuários de caos e nada é feito no sentido de garantir saúde pública digna.

Já em relação aos planos privados de saúdes no Estado o desrespeito não é diferente. Os usuários pagam por uma vida e quando, efetivamente, precisam dos planos são impedidos de fazerem uma série de procedimentos, colocando em risco suas vidas. Os planos, cinicamente, dizem que o contrato não cobrem tais procedimentos, mas e a vida das pessoas? Qual o papel de um plano privado de saúde?

Portanto, como Jesus Cristo nos ensinou, o mais importante é amor ao próximo e não ao lucro e os acordos políticos visando às eleições. Sobre essas questões que assenta essa 49ª campanha da fraternidade. Nesse sentido, podemos dizer que a igreja vem fazendo sua parte, mas essa campanha precisa ter continuidade para que temas como esses possam ser debatidos pela sociedade e que ela tenha um papel cidadã de cobrar dos gestores públicos e dos planos privados respeito. Portanto, o debate da qualidade da saúde pública e privada é fundamental para que possamos ser respeitados enquanto cidadãos.

A CNBB divulgou, também, a Oração da Campanha da Fraternidade 2012. É uma oração que chama os seres humanos para a reflexão sobre o papel que temos no sentido de fortalecermos a solidariedade e amor ao próximo.

ORAÇÃO:
Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.
Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém

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